Instalar uma cerca elétrica em um imóvel está com o custo cada vez mais acessível, o que popularizou o mecanismo de segurança que promete afastar possíveis intrusos com um choque elétrico. Porém, o que pouca gente sabe é que o material exige atenção e manutenção para ser eficaz. O conjunto de equipamentos tem garantia de seis meses em média, por problemas de fabricação ou instalação, e opera normalmente por até cinco anos, mas exige troca anual da bateria. Sorocaba tem legislação específica para a instalação.

Além disso é preciso cuidado. Galhos de plantas, brinquedos arremessados, o menor toque nos fios condutores interrompem seu objetivo, disparam o choque elétrico e o alarme – que só é desativado pela chave mestre do sistema, que fica dentro do terreno. O acionamento acidental do dispositivo pode ocasionar dois problemas: perturbação dos vizinhos e interrupção do sistema, o que deixa o imóvel vulnerável. Para impedir estes problemas é preciso que o proprietário esteja atento.

De acordo com o empresário Renato Camilo, proprietário de uma empresa que comercializa o sistema de cerca elétrica em Sorocaba, atualmente é possível adquirir o kit de equipamentos essenciais com R$ 500, em média. Neste kit estão inclusos uma central de choque pulsativo, uma sirene, uma bateria, um kit de aterramento, hastes de alumínio e cabos de alta isolação, além de placas informativas de perigo. Cada metro de hastes de alumínio custa em torno de R$ 9.

Porém, para adquirir o equipamento é preciso alguns requisitos, como o muro ter ao menos 1,80 metro de altura e não ter árvores ou plantas próximo. “Geralmente o equipamento é instalado depois de uma visita técnica. Isso é importante para que o técnico veja a possibilidade de instalação. Somente depois vendemos o equipamento”, observa Camilo, que não instala a cerca caso o muro que cerca o imóvel não pertença ao proprietário. “Isso só dá problemas aos clientes”, avisa.

O choque de 2.800 volts em média e repele o contato. Ou seja, ao tocar a cerca a pessoa pode cair do muro. E a partir deste toque, a sirene é ativada. Ainda segundo o empresário, sistema de controle é instalado dentro do terreno, geralmente fora da casa e é acionado ou desligado por meio de uma chave. “A central de choque faz barulho contínuo de emissão de energia. Isso incomoda, por isso fica do lado externo da residência”, afirma.

Mas quando os proprietários estão fora da residência, a sirene acionada incomoda os vizinhos. Nestes casos o ideal é ter contato com um dos moradores próximo para que o alarme seja desligado rapidamente. Outra solução para essa questão são os sistemas eletrônicos de controle, que podem ser acionados ou desligados pela internet. Outra opção é o sistema eletrônico que avisa o proprietário por celular quando a sirene é ligada.

O custo para este segundo sistema varia a partir de R$ 250 e é vendido a parte, como uma espécie de discador, quase sempre disponível para três números de telefone. Porém, é importante destacar que ao ser acionado pelo sistema o morador deve avisar a polícia e não adentrar no imóvel.

Legislação

Desde 2006, Sorocaba dispõe de uma lei municipal que regulamenta a instalação da cerca elétrica nos imóveis. A lei 8.003 determina que o equipamento seja indicado por um engenheiro elétrico, que as placas informativas de perigo sejam fixadas na cerca a cada 10 metros, o muro deve ter no mínimo 1,80 metro de altura, e é proibido o uso de arame farpado como condutor elétrico. O descumprimento das normas acarretam em multas a partir de R$ 350.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul