Mesmo com as experiências que viveu em oito anos no mercado como síndica profissional, Ayanna Araújo, de 29 anos, ainda procura cursos de especialização ligados à área de gestão de edifícios.  ”Temos sempre de manter essa busca por qualificação.  O mercado mudou, há novos serviços.  Na área de segurança, por exemplo, a tecnologia é alterada a cada mês. ” Ela coordena um residencial de 40 unidades na Vila Nova Conceição, na zona sul da capital paulista.
Ayanna concluiu em novembro um curso de administração condominial.  Agora, acredita ter aprofundado sua visão sobre as atribuições jurídicas, administrativas, financeiras e tributárias de seu posto. “É importante, porque assumimos muitas responsabilidades”, diz.  Pela norma jurídica, os síndicos são os representantes legais dos conjuntos.
Os cursos de especialização, ainda que fundamentais para quem foi contratado para exercer o comando de um edifício, são indicados inclusive para os síndicos “amadores”, na opinião do vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Hubert Gebara.  A entidade, que representa as empresas do setor imobiliário, realiza treinamentos em seu centro de formação – neste mês, há previsão de cinco novas turmas.
Hubert considera essencial que os responsáveis pelos edifícios tenham noções de normas legais, como o Código Civil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a legislação tributária.  Em decorrência da complexidade da função, ele ainda recomenda a consultoria de uma boa administradora.
“O síndico é o presidente de um condomínio, a administradora é o primeiro-ministro”, diz Gebara.  Para o representante do Secovi-SP, o conhecimento nos cursos prepara os responsáveis para o adequado acompanhamento dos serviços das empresas especializadas.  ”Eles devem fiscalizar a administradora.  Se não souberem o que fazer, como vão cobrá-las? “
Auxílio
Na opinião do executivo da Itambé, a falta de tempo livre é uma das principais características da nova geração de síndicos.  ”Há alguns anos, eles eram pessoas de mais idade, fora do mercado de trabalho.  Agora, muitos são diretores de empresa, têm outras ocupações. “
O aumento de complexidade nos edifícios, com o maior oferecimento de serviços, também justificaria o auxílio profissional.  Segundo Santos, gestores prediais – que aos poucos substituem a figura clássica dos zeladores – e os gerentes indicados pela administradora são suficientes para empreendimentos de menor porte.  ”E, em prédios com várias torres e administrações complexas, precisa-se de um gestor predial e até de um síndico profissional”, defende.
Fonte: Estadão